3 de fevereiro de 2015

[Resenha] - Um Lugar Chamado Liberdade, de Ken Follett

Autor (a): Ken Follett
Editora: Arqueiro
Ano: 2014
Número de Páginas: 400
Onde Comprar? Saraiva / Submarino

Desde pequeno, Mack McAsh foi obrigado a trabalhar nas minas de carvão da família Jamisson e sempre ansiou por escapar. Porém, o sistema de escravidão na Escócia não possui brechas e a mínima infração é punida severamente. Sem perspectivas, ele se vê sozinho em seus ousados ideais libertários. Durante uma visita dos Jamissons à propriedade, Mack acaba encontrando uma aliada incomum: Lizzie Hallim, uma jovem bela e bem-nascida, mas presa em seu inferno pessoal, numa sociedade em que as mulheres devem ser submissas e não têm vontade própria. Apesar de separados por questões políticas e sociais, os dois estão ligados por sua apaixonante busca pela liberdade e verão o destino entrelaçar suas vidas de forma inexorável. Das fervilhantes ruas de Londres às vastas plantações de tabaco da Virgínia, passando pelos porões infernais dos navios de escravos, Mack e Lizzie protagonizam uma história de paixão e inconformismo em meio a lutas épicas que vão marcá-los para sempre.

A última vez que li Ken Follet, eu ainda calcava no gênero da ficção histórica e lembro de não ter achado “O Homem de São Petersburgo” uma obra geniosa. Porém, estava decidido a dar outra chance a Follet num futuro próximo, foi quando me surgiu a oportunidade de ler “Um Lugar Chamado Liberdade” e a agarrei com força e deixo pré-avisado que não me arrependo.

Em “Um Lugar Chamado Liberdade”, Ken traz a sua conhecida narrativa: simples e detalhista. Não de um modo exacerbado, mas de uma forma bem estruturada que ao fechar os olhos você consegue claramente enxergar os cenários. E que cenário... É na Escócia de 1766 que vamos no aventurar e conhecer a história de Mack McAsh.

Mack é um anti-herói, um homem sem reservas e que acredita piamente na liberdade, que todo mundo tem o direito de ser livre, independentemente de seu credo, cor, raça ou gênero. Por ele ser o personagem da linha de frente do livro, é o bem mais explorado, seu senso de justiça é afiado e isso faz que o leitor torça por ele sem precisar de muito esforço.

A personagem feminina do livro ficou aquém do esperado: Lizzie Hallim tinha tudo para ser uma personagem libertária, brava e revolucionária, já que ela não gosta de ser submetida aos caprichos de ninguém. Porém, talvez por medo, ela acaba sendo apenas uma prisioneira de seus próprios ideais.

A crítica ao capitalismo apesar de ser sutil, é ferrenha. O autor nos joga duras verdades na cara e somos questionados a refletir o quão escravo do capitalismo estamos sendo. Será que realmente estamos vivendo a liberdade como devíamos? Ou nos deixamos petrificar por um mundo cada vez mais capitalista? Estas foram alguma das divagações que tive durante a leitura.

“Um Lugar Chamado Liberdade” é um livro intenso e fascinante. Todavia, não é um livro que indico a quem ainda está aventurando neste gênero literário, pois pode acha-lo chatinho em alguns momentos. De qualquer forma, Ken Follet é mestre no gênero.

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