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16 de outubro de 2014

[Resenha] - Outlander: A Viajante do Tempo, de Diana Gabaldon

Autor (a): Diana Gabaldon
Editora: Saída de Emergência Brasil
Ano: 2014
Número de Páginas: 800
Onde Comprar? Americanas / Saraiva

Claire, a protagonista de A viajante do tempo é uma mulher de personalidade forte, lutando para se manter num mundo de homens violentos, que busca seu verdadeiro amor enquanto participa de importantes acontecimentos da história. Claire Beauchamp Randall foi separada de seu marido Frank pouco depois da lua-de-mel, quando ele foi convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial. Ao final do conflito, Claire e Frank se reencontram e retomam a vida que tinham em comum numa viagem a Escócia. Mas o reencontro não ocorre da forma esperada. Parece haver entre a esposa e o marido um distanciamento muito maior do que aquele causado pelos anos de guerra. Ao visitar uma antiga e mística formação de rochas, Claire finalmente vai conhecer seu destino.

Queria ser capaz de simplificar este livro em apenas uma palavra, mas isso não é possível. Talvez, a palavra que mais se aproxime de uma definição, seria complexo. Não complexo em seu entendimento, porém na sensação que ele causa em você. Durante a história, damos gargalhadas, sentimos ódio, compaixão, medo, aflição, expectativa, etc.... E tudo isso perpetuado por cenas de amor, ação, suspense e drama. 

Narrado em primeira pessoa por Claire, encontrei uma narrativa minuciosamente bem feita, seja pela veracidade de seus personagens ou pelo o realismo do ambiente. Em um momento de transe com a leitura, eu diria que seria capaz de sentir o aroma das plantas silvestres que Claire manipula ou quem sabe identificar cada cenário do livro se o visse. É impossível você não querer pegar as malas e viajar pela a Escócia de 1743 e se aventurar nas Terras Altas, mesmo com as tantas adversidades encontrada pela a protagonista por lá.

A respeito dos personagens como disse, eles não poderiam ser mais reais. Acabamos por muitas vezes, tomando a raiva ou a complacência de Claire por alguns personagens, em nosso. O que é algo bem natural por conta da narrativa.

Por falar em Claire, acho que ela ganha disparado em personagens literária feminina do ano. Ela é uma mulher independente (até mesmo para sua época real), firme, sagaz, inteligente e de extrema sensualidade, assim como tem uma maturidade que vai além de sua idade e mesmo assim não abandona seu espirito aventureiro. Enfim, eu teria dado a mesma resposta de Jamie na proposta feita a ele.

Jamie é o controverso de Claire, mas é um personagem que se adequa a figura do homem na sua época. Ele é o jovem guerreiro que apesar de ter passado por muita coisa, ainda é um ingênuo. Também é teimoso, porém há quem diga que isso é um traço da família Fraser. De qualquer forma, Jamie vai continuar sendo apenas o Jamie para mim. Deixo todo o burburinho e suspiros para suas admiradoras. A estrela é a Claire. Porém, devo admitir: Jamie e Claire se combinam feito a camisa e o botão.

Outlander: A Viajante do Tempo, não é um livro que entra na minha lista de favoritos. No Skoob o pontuei com 4 estrelas e com louvor. Duas coisas não me deixaram que eu desse a nota máxima: Primeiro, apesar de ser um livro envolvente quando eu o estava lendo, conseguia o largar facilmente para fazer qualquer outra coisa, não ficava naquela de “só mais uma página”. Segundo, senti a falta de Claire se questionar mais com que suas ações no passado, poderia causar no futuro que ela conhecia. Isso só vem ser questionado mais no finalzinho e em certo momento me deu vontade de dar uma sacudida nela para perceber que uma ação causou uma alteração importante no seu futuro.

Apesar das ressalvas, o primeiro volume de Outlander traz o que um romance histórico tem de melhor: as tradições, as lendas e os costumes de povos que viveram muito tempo antes do nosso. Agora é acompanhar a série televisiva baseada na série, até não chegar o lançamento do segundo livro em novembro. E a dica? LEIAM!

12 de julho de 2014

[Resenha] - Tigana: A Voz da Vingança, de Guy Gravriel Kay

Autor: Guy Gavriel Kay
Editora: Saída de Emergência
Ano: 2014
Número de Páginas: 352
Onde Comprar? Americanas / Submarino

Numa tentativa de recuperar Tigana, sua terra natal amaldiçoada, o Príncipe Alessan e seus companheiros põem em prática um plano perigoso para unir a Península da Palma contra os reis despótivos Brandin de Ygrath e Alberico de Barbadior. Brandin é maquiavélico e arrogante, mas encontrou em Dianora alguém à sua altura e está hipnotizado por sua beleza e seu charme. Alberico está cada vez mais consumido pela ambição, cego a todas as ciladas a seu redor. Enquanto isso, o grupo de heróis viaja pela Península em busca de alianças que podem virar a batalha a seu favor. Alessan está mais dividido do que nunca, Devin já não é o rapaz ingênuo que era antes, Catriana apenas deseja redenção e Baerd descobre um novo tipo de magia. Conseguirá Tigana vingar a memória de seus mortos? Ninguém pode prever as perdas que sofrerão nem que fim terá esse embate. Sacríficios serão feitos, segredos antigos serão revelados e, para que alguns vençam, outros terão obrigatoriamente que cair.

Depois de quatro meses de espera, eis que chegou a hora de descobrir quais desfechos levaram a trupe comandada pelo Príncipe Alessan, neste segundo livro. Mas calma, não serei nenhum estraga prazeres. Podem ler a resenha tranquilos, pois não terá spoilers. Para quem não sabe, Tigana na verdade se trata apenas de um único volume, mas a SdE brasileira resolveu publica-lo aqui em dois. E garanto desde de já que isso não causou nenhum dano a compreensão do livro.

Agora, não posso negar que é uma resenha difícil de ser feita, pelo simples de fato de que neste livro vamos conhecer o fim da história, ou seja, não tem novas aventuras, é uma continuação direta do primeiro livro. Nesta segunda parte, o grupo liderado pelo Príncipe de Tigana é dividido em dois, enquanto um retorna a antiga Tigana, outro vai reunindo o máximo de aliados possível para a cartada final.

Com essa divisão somos levados ao passado de alguns personagens, não somente por flashbacks, mas também por pessoas que ficaram no passado deles. Essa volta ao passado faz os entendermos melhor. Kay é um autor que explora ao máximo o nível de humanidade de seus personagens, acompanhamos durante toda a trama seus medos, aflições e desejos. Também fica evidente a capacidade de que uma guerra pode transfigurar um homem. Porque o que é Tigana, senão um cenário devastado pela guerra e onde seus patriotas busca vingança em seu nome? Tigana é um lugar marcado pelo poder em busca de conquistas de territórios. Um fato comum e desagradável, durante a história da humanidade.

Novos personagens são inseridos nesta segunda parte, uns que acabam conquistando o leitor, outros nem tanto. Porém, preciso aqui fazer uma ressalva para os personagens já regulares desde o início. Se eles eram ótimos tornaram-se excelentes. Era com grandes expectativas que chegavam as partes que continham Alessan, Devin, Catriana, Baerd, Sandre, Erlein (que apesar de ser prepotente durante boa parte, se torna um nobre de coração) e vários outros, de certa forma, todos aqueles que entraram para lutar pela causa do príncipe. Por outro lado, se Diananora tinha me conquistado na primeira parte, minha admiração por ela despencou e enquanto a Bradin e Alberico acho que senti tanta raiva deles quanto Alessan.

Quanto ao final, Guy Gravriel Kay soube arrematar tudo e com dignidade. Certos acontecimentos foram totalmente inesperados, sem deixarem de serem concisos. Mas, de certa forma me desagradou, porque se por um lado ficou tudo esclarecido para o leitor, certas verdades foram omitidas para os personagens e de modo particular, acredito que eles poderiam ter descoberto tudo. 

Tigana: A voz da Vingança em si é uma leitura rápida, mas devido ao meu descontentamento quando aparecia em cenas os reis opressores, acabei-me atrasando na leitura. A edição continua tão boa quanto a primeira e com uma capa esplêndida.

Enfim, esta é uma obra que gostaria de ver adaptada, pois traz um misto interessante de poder, conspiração e magia.

2. Tigana: A Voz da Vingança

17 de fevereiro de 2014

[Resenha] - Tigana, de Guy Gavriel Kay

Autor: Guy Gavriel Kay
Editora: Saída de Emergência
Ano: 2014
Número de Páginas: 368
Onde Comprar? Submarino / Americanas

Tigana é uma obra rara e encantadora onde mito e magia se tornam reais e entram nas nossas vidas. Esta é a história de uma nação oprimida que luta para ser livre depois de cair nas mãos de conquistadores implacáveis. É a história de um povo tão amaldiçoado pelas negras feitiçarias do rei Brandin que o próprio nome da sua bela terra não pode ser lembrado ou pronunciado. Mas anos após a devastação da sua capital, um pequeno grupo de sobreviventes, liderado pelo príncipe Alessan, inicia uma cruzada perigosa para destronar os reis despóticos que governam a Península da Palma, numa tentativa de recuperar um nome banido: Tigana. Num mundo ricamente detalhado, onde impera a violência das paixões, este épico sublime sobre um povo determinado em alcançar os seus sonhos mudou para sempre as fronteiras da fantasia.

Polêmico é uma palavra que poderia definir a obra de Guy Gavriel Kay – um livro que te conquista aos poucos. Mas calma isso passa longe de ser uma critica desconstrutiva da obra, a suposta confusão no inicio do livro é apenas um pontapé para as descobertas que surgem adiante. 

Um grupo amistoso liderado pelo Príncipe Alessan tem como objetivo destronar dois grandes poderosos reis que governa o continente e libertar seu povo de um feitiço - o nome de sua terra não pode ser pronunciado ou se quer lembrado. Até aqui já temos uma poderosa história, mas Tigana guarda muito mais que isso.

O que dizer dos personagens criados pelo o autor? Emblemáticos e do tipo que as aparências enganam. Tanto homens quanto mulheres estão em conflitos com sua própria personalidade e claro com a dos outros também. Alessan faz o gênero astuto e que não se importa com o que deva fazer para atingir seus fins, talvez até se importa, mas não deixa se abalar por isso. Catriana é exuberante e exala sensualidade, não aceita ser subjugada por ninguém. 

Baerd é corajoso e inteligente, mas por debaixo de toda bravura também esconde suas feridas. Devin, sem dúvidas é o grande trunfo da estória, é ousado e uma metamorfose ambulante. Não por ser volúvel, mas por está em constante aprendizado. Dianora é uma mulher cheia de segredos e determinação, que aos poucos vai ganhando confiança do leitor.


São tantos personagens e cada um de suma importância na história que é impossível falar sobre todos, mas deixo aqueles que neste primeiro livro ganharam mais destaque. Personagens bons pedem cenários excelentes e Kay nos oferece: características que se viajássemos no tempo para a península itálica, identificaríamos facilmente os locais retratados no livro.

Confesso que fiquei com muito medo de me decepcionar com o livro, porque ele vinha com uma promessa incrível de que era marcar minha vida para sempre. Posso dizer que ele acaba de cumprir essa promessa e se me perguntarem uma dica de literatura épica, prontamente responderei Tigana.

O livro traz tudo que uma literatura épica precisa: magia, honra, conspirações, tavernas, lealdade, aventura, paixão, amizade e neste caso acompanhado de um bom vinho azul.

Não posso finalizar esta resenha antes de dizer que a Editora Saída de Emergência caprichou mais uma vez em um de seus livros publicados aqui no Brasil, temos um mapa bem elaborado e colorido dentro do livro. E isso só afirma minha ideia de que todo livro que tem mapa é bom.

Que venha o próximo livro que pelo visto guarda boas doses de surpresas e aventuras.