8 de setembro de 2014

[Resenha] - O Guardião, de Daniel Polansky

Autor (a): Daniel Polansky
Editora: Geração Editorial
Ano: 2012
Nº de Páginas: 448
Onde Comprar? Submarino

Hoje, quando você sair à procura de Yancey, o Rimador, e tiver de abrir caminho em meio às prostitutas, aos valentões e aos viciados loucos por mais um dia de cheirada ou um trago, você irá se deparar com o corpo de uma criança. O cadáver exala um odor que não é dele, um cheiro que recende a magia e a um lugar, se Sakra quiser, para o qual você jamais irá querer voltar. Não fique tempo demais de bobeira perto do corpo; os gélidos vão querer saber o que você fez e o que há na sua bolsa. E quando eles te pegarem, é para a Casa Negra que você irá, onde o Comandante fará uma oferta que você não terá como recusar. Bem-vindo a um mundo como nenhum outro, com uma linguagem estranha e rica e uma violência tão sombria quanto o mais negro dos noites.

Sombrio, misterioso e avassalador. Talvez, estas sejam uma das melhores palavras para descrever a obra de Daniel Polansky. O livro que dar origem ao um novo gênero – o de fantasia noir – é povoado por cenas de crimes, ação, suspense, magia e conspirações. Esqueça aquela figura de heróis que costumamos ver em muitos livros de fantasia, pois neste aqui você não vai encontrar nenhum.

Rigus é uma cidade de ratos, de políticos corruptos, de aristocratas decaídos, de traficantes de drogas, de prostitutas e falsários. Apesar da clara distinção entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa, esses dois sempre tem gente sua cruzando entre becos escuros e trocando palavras vulgares. O protagonista da trama é um homem que já teve a oportunidade de estar nos dois lados da moeda e acredite nenhum é melhor que o outro. De todos os livros que li, o Guardião poder ser o personagem mais imperfeito e insano que eu conheci. Ele faz o que acha que é certo e não tendo problema nenhum em afiar a sua espada em quer que mereça.

Em nenhum momento sabemos o seu verdadeiro nome, sabemos apenas que as pessoas o trata como o Guardião e que ele é um traficante de “Sopro de Fada”, um tipo de droga em que ele mesmo é um viciado. Ele também é um sobrevivente da guerra e da peste que atingiu a cidade quando ele ainda era um jovem garoto. Porém, seu lado de fazer justiça irá se reacender quando uma criança dada como desaparecida é encontrada morta e tentará a todo custo encontrar o culpado. Todavia, o mistério não é tão simples assim e ele se encontrará envolvido num labirinto escuro e cheio de trapaças.

Por mais que o Guardião seja uma pessoa fria, ele também consegue ser muito humano, embora poucos percebam isso. E aqui destaco três pessoas de quem essa cara sagaz pode contar: Adolphus e Adeline, este casal é nota mil e seria como se o Hagrid e Sra. Weasley de Harry Potter fossem casados. E Garrincha, um garoto que resiste as suas emoções, mas muito leal ao seu, hmmm, instrutor? Ah, isso vocês vão descobrir.

Narrado em primeira pessoa pelo o Guardião, acabamos por muitas vezes tendo a mesma reação do protagonista sobre os outros personagens. É uma narrativa envolvente, densa em certas passagens e complexo somente no que é necessário. 

Preciso salientar aqui que a obra é muito mais que a sinopse apresenta, achei que acompanharia apenas a solução de um assassinato. Mas, o assassinato é apenas a ponta do iceberg, para algo grandioso e inimaginável. Só consegui solucionar o mistério no final do capitulo daquele que é desvendado e mesmo assim o capítulo seguinte trouxe mais surpresas do que o esperado.

Com uma diagramação mais uma vez muito bem caprichada e com uma capa que já te joga a sensação de mistério desde o começo, “O Guardião” primeiro livro da trilogia “Cidade das Sombras” é uma obra que tem tudo para arrecadar milhares de fãs, principalmente, aos fiéis escudeiros da fantasia. Contudo, não é um livro para todos, por se tratar de uma fantasia para adultos, como eu disse existe vulgaridade nas palavras e cenas de violência.  

6 comentários:

  1. Oi, Lucas.
    Confesso que já li esse livro e minha opinião sobre o mesmo não foi tão parecida com a sua. Sabe eu tava adorando a história, achei bacana a forma da escrita do autor, mas ao mesmo tempo da metade do livro em seguinte sentir como se o autor tivesse perdido o foco da trama. No final conseguiu reajustar as coisas e me surpreendeu, mas a metade do livro foi bastante cansativa. Enfim, até mais. http://realidadecaotica.blogspot.com.br/

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  2. É bom vir ao seu blog, ver e ler o que está publicando,só posso agradecer pelos textos,
    com que nos presentei-a,e posso dizer que tem aqui um agradável blog,
    desejo que tenha muita saúde e com muita paz.
    Deixo as minhas saudações, com desejo de muitas felicidades.
    Sou António Batalha.
    Do Peregrino E Servo.

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  3. Oi, Lucas!
    Tenho esse livro e quero lê-lo em breve.
    Adoro a capa e sua resenha me deixou super curioso. Parece ser um bom livro e adoro histórias regadas a um bom mistério.
    Espero não me decepcionar e curtir a leitura assim como você.
    Abraço!

    "Palavras ao Vento..."
    www.leandro-de-lira.com

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  4. Olá
    Gostei muito de sua resenha
    Pelo que você disse em sua resenha, me deu muita vontade de ler, pretendo comprar o livro em breve para tirar minha conclusões.
    Beijos

    cocacolaecupcake.blogspot.com.br

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  5. Oi Lucas.
    Gosto de livros assim, que oferecem mais do que a gente espera e imagina, e principalmente que consegue brincar com o leitor segurando 'o grande' momento até o último instante.
    Resenha instigante, parabéns.

    Beijos.
    Leituras da Paty

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  6. Eu adorei esse livro! Estou louca para iniciar o segundo, mas preciso de tempo. rsrs
    beijos
    www.apenasumvicio.com

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